Saturday, February 03, 2007

Diário do Avesso - II


Quero matar

É a terceira vez que olho pro relógio, mas não adianta, a hora não passa.
Quando a gente está distante das pessoas que amamos, o tempo não é um bom aliado. Por mais que se conte os minutos, as horas, os dias, meses até...
Tudo começa quando um fato qualquer nos remete uma lembrança. Um sorriso, um abraço, aqueles olhos brilhantes e alegres, aquela besteira que dissemos um dia e caímos na gargalhada... Pronto. Dá aquele negócio estranho no peito que parece que, por mais fundo que se respire, o ar não é suficiente para saciar os pulmões.


Saudade...

Todos sabemos que esta palavra só existe na Língua Portuguesa – inculta e bela. Será que apenas dizer algo que sintetize um sentimento é suficiente para traduzir o que acontece por dentro quando a gente o sente?

Sinto sempre saudade.
Saudade de quem está longe, a uma infinidade de metros - e más condições, e falta de dinheiro, e férias que não chegam - daqui.
Saudade de amigos, com quem muito ri e brinquei, e que o tempo levou e não deixou endereço ou telefone de contato.
Saudade dos animais de estimação que tanta alegria já me trouxeram, mas que a vida também levou de mim.
Saudade de sentar no parapeito da janela e chupar um monte de laranjas, descascadas pela mamãe, vendo as árvores do vizinho balançarem com o vento.
Saudade de quem está perto, mas está ausente, em outra órbita, distante demais para ouvir o meu chamado.
Saudade de alguém que ainda está pra chegar...
Saudade de momentos vividos e que nunca serão repetidos.
Saudade de coisas que sonhei de forma latente e que ainda espero viver. A espera é tamanha que a sensação é a mesma da saudade.

“Eu quis o perigo e até sonhei sozinho
Confesso: assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende do início ao fim...
E é só você que tem
A cura do meu vício de insistir
Nessa saudade que eu sinto
De tudo que ainda não vi...”


Saudade...
Não é uma palavra bonita.
Não é um sentimento bom.
Não é piedosa, nem consola.


Só é boa mesmo de matar.


5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Saudade? Matar? Hum... legal pensar assim na forma de sentimento né? Como matar? Por afogamento - de lágrimas ;)

Meu beijo ;)

7:25 AM  
Blogger Marilyn said...

Ai, saudade... entendo perfeitamente quando você diz que "falta ar".
Tenho saudade até do que não vivi...
*Vambora*, eu seguro a Dona Saudade e você diz poucas e boas à ela. :D
Beijo!

6:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Alex: Que saudade, menino!
Ahahah... adorei a sua interpretação, rsrs...

O importante é matar a saudade, seja com afogamento de lágrimas, seja comentando no blog amigo (êêê), ou seja mandando um abraço beeeem apertado pra você!

Beijinhos mil!

6:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

Marilin: Olá meninaaaa!!!

Que saudades de você!
Adorei a sugestão... Segura primeiro, que depois a gente reveza... rsrss

Beijos linda!

6:47 PM  
Anonymous Anonymous said...

que exatidão...
lindo lindo =)
bjos

8:53 PM  

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