Sunday, August 27, 2006



Voltando...

Desculpem-me a ausência. Vim para remover as teias, antes que alguma aranha se aproprie do meu espaço... Na verdade, em minha infindável luta pela organização do meu tempo, acabei tendo que "enxugar" as parcelas que eram utilizadas na Net, em favor de um melhor desempenho no trabalho e na faculdade. Mas não fui embora não, estou aqui. E pretendo postar alguma coisa sempre aos finais de semana (pelo menos uma vez). Então fica acertado assim: No findi que vem eu volto, trazendo novidades, ok?

Desta vez, para não passar em branco, vou pôr aqui um texto que recebi esta semana por e-mail. Fala sobre algumas perguntas que não precisamos fazer (apesar de estarmos ansiosos para tal). Muito interessante, tem a ver comigo um pouco também. Lá vai então...

O que é a sabedoria?*

Uma história sufi nos fala de um homem que vivia na Turquia, quando escutou falar de um grande mestre que morava na Pérsia e que detinha o segredo da sabedoria.
Sem hesitar, vendeu suas coisas, despediu-se da família e foi em busca do tal segredo. Depois de anos viajando, conseguiu chegar à cabana onde morava o grande mestre. Cheio de temor e respeito, aproximou-se e aguardou que o sábio voltasse de seu passeio matinal.

- Venho da Turquia - disse, assim que o sábio apareceu - Fiz essa viagem inteira para fazer apenas uma pergunta.

- Está bem. Pode fazer apenas uma pergunta.

- Preciso ser claro no que vou perguntar; posso fazer a pergunta em turco?

- Pode - disse o sábio - E já respondi sua única pergunta. Qualquer outra coisa que quiser saber, pergunte ao seu coração; não é preciso viajar tanto para descobrir que ele é o melhor de todos os conselheiros. E fechou a porta.

Paulo Coelho

* Retirado do site www.diabetenet.com.br
|

Saturday, August 12, 2006

Juquinha


Outro dia eu estava voltando do trabalho para casa, devia ser umas 7:00h da noite, no ônibus 397 (Campo Grande – Tiradentes), no qual sempre acontece alguma situação inusitada. Aqui no Rio é muito comum os motoristas darem carona aos vendedores de doces ambulantes. Com o passar dos anos, cada um deles desenvolveu uma forma especial de vender, para sobressair à concorrência (putz, hoje em dia tem isso até para vender bala!). Costumam elaborar um texto, uma apresentação toda característica, apresentam seus produtos e alguns até distribuem amostras para todos os passageiros. Alguns deles partem para a criatividade, e a coisa acaba se tornando muito interessante.
Neste dia, entrou na condução um desses vendedores, oferecendo seus doces (balas, amendoim, jujuba e assemelhados). Muito bem humorado, caminhou até a frente do “cata-pobre”, se apresentando assim:

- Boa noite, senhoras e senhores. Eu sou um promotor de vendas (risada geral dos passageiros), me chamo “Juquinha” (nome de uma bala “das antigas”, muito famosa, e até hoje bastante consumida - ainda mais risadas...) e hoje vim trazer especialmente para vocês apenas produtos de qualidade (essa frase já é muito utilizada), como por exemplo essas deliciosas balas blá, blá, blá...

E lá foi o cara demonstrar as guloseimas para a galera. Eu havia anteriormente passado no mercado, e sempre que faço isso volto cheia de sacolas. Por isso, sentei-me bem próxima à porta de saída (parte traseira do ônibus), onde costumam se sentar os passageiros mais “bagunceiros”. A aparição do “Juquinha” virou um “evento”. Um engraçadinho, sentado no banco de trás, começou a chamá-lo a toda hora:
- Ô Juquinha, você tem bala Juquinha?
Ao que responde o Juquinha, bem humorado:
- Essa bala eu não vendo não, rsrs...
Um outro:
- Não??? Poxa, os caras já estavam querendo levar Juquinha pra casa...

Risada geral... E o Juquinha, divertindo-se junto.
- Ô Juquinha, quanto custa essa jujuba aí?
- Hoje está em “promoção especial”, são quatro por um Real.
- E esse negócio aí, quanto custa Juquinha?
E o Juquinha dava toda a atenção aos passageiros (que não paravam de sacanear), sempre sorrindo e brincando.
No final das contas, havia feito boas vendas. Quando finalmente desceu da condução, várias pessoas fizeram questão de se despedirem:
- Ué, já vai, Juquinha?
- Ta cedo ainda, Juquinha...
- Faltou a bala Juquinha, hein, Juquinha!
- Tchau, Juquinha!!! Vai com Deus!!!
A condução partiu. Mas o Juquinha não foi esquecido.
- Poxa, eu nem como doce. Só comprei por causa da simpatia do rapaz. Tem que ser assim, né? Isso é que é...
- Eu também não ia comprar. Mas o cara era tão legal que resolvi dar uma força...
- É... a pessoa tem que ser simpática mesmo. Já pensou se aparece um negão de dois metros de altura e fala “se não comprar, vou te enfiar a porrada!!!” ? Hahaha... eu falava: “meu irmão, compro até dez!”! Uahuahuahua...
- Ah, é? Ia ficar com medo do negão, é?
- Ah, fala sério! Vai dizer que se aparece o “Jucão” querendo te enfiar a porrada você não comprava? Kkkkk...

E assim ia se estendendo a conversa. Ri demais, rsrs...

Interessante ver como as pessoas gostam de ser bem tratadas, e valorizam isso. O brasileiro é naturalmente assim... espontâneo, brincalhão, interativo. Para que haja “troca”, é necessário ter bom-humor, boa vontade e jogo-de-cintura.

E o promotor de vendas Juquinha conquistou a clientela, saiu elogiado, deu uma lição de “bom atendimento”, e sem saber ainda ganhou um post neste humilde espaço.


E você? Já passou por alguma situação de bom (ou mau) atendimento?
Ou ainda, já passou por (ou esteve presente em) alguma situação dentro de uma condução?


|

Sunday, August 06, 2006



Mais um post político


Gente, a relação entre a política e eu é de amor e ódio.
Sim, porque eu gosto de política. Apesar de não ter grandes conhecimentos a respeito, eu me interesso pelo assunto, sempre tentando entender um pouco mais.

Mas, há políticas e políticos que eu detesto. Atitudes e pessoas que me irritam profundamente. Por isso não resisti, e vim ao palanque mais uma vez.

Cansei. Estou cheia de ver as mesmas coisas toda eleição.

Caras-de-Pau: São sempre as mesmas. Aparecem a cada dois anos, sorridentes. Acho que no fundo essa gente é legal. Afinal, eles apertam as mãos de todo mundo, pegam a criança de carinha suja no colo, abraçam simpaticamente as velhinhas. Gostam de tirar foto junto com as pessoas, independente de seu nível social. Passeiam alegremente pelas ruas, cumprimentando os pedreiros e empregadas. Visitam regularmente orfanatos e asilos, dando o máximo de atenção aos internos, apiedados e solidarizados com a sua situação precária. Ascenam para todo mundo... são realmente pessoas populares, cidadãos queridos por toda a sociedade. Ah! E tomam cafezinho e pão com manteiga no boteco do Seu Joaquim! Será que eles gostam de ovos coloridos e sardinha frita também?

Santinhos: Juntamente com as faixas, flâmulas e out-doors feios que doem, são distribuídos fervorosamente pelas ruas. Alguma novidade, proposta inteligente ou “mentiras acreditáveis”??? NÃÃÃÃÃÃÃO!!! Apenas mais alguns quilos de lixo espalhados pelo chão da cidade... inúteis, porque ninguém perde tempo lendo essas baboseiras. E as fotos utilizadas? Todas tiradas vinte anos atrás... o que, cá entre nós, não melhora a aparência do coitado.

Dingles políticos: Musiquinhas idiotas e irritantes, que tocam o dia inteiro na cabeça do pobre e desesperado eleitor. O pior, é que quando a pessoa acha que vai chegar em casa e relaxar, as malditas insistem em ficar tocando na cabeça! Quando vai ver, está cantarolando também! Grudentas como chiclete no chão, não são esquecidas nem que a vaca tussa. Ano após ano, os amestrados eleitores já as conhecem de cor. Acho que elas tomaram no cérebro do brasileiro o espaço que cabia ao Hino Nacional... Ninguém mereceeeeeeeee!!!

Horário Eleitoral Gratuito: O megashow de hipocrisia e demagogia, é outra ferramenta inútil aos olhos do eleitor, por não ser definitivamente a expressão da realidade. Só serve mesmo para interromper a “nossa programação”. Os programas dos canditatos mais “favorecidos” são no formato “entrevista”, como se a figura fosse alguém por quem muito nos interessamos (como se desse para acreditar em alguma sílaba do texto ensaiado). Os dos menos favorecidos, então? Cruz-credo! Os pobres sempre falam correndo os seus números, na esperança de que alguém pegue um papelzinho pra anotar. Doce ilusão! Fora que tem os fanhos, os gagos, os mudos, os doidos, os que lêem maquinalmente o texto, os que cantam trechos de músicas velhas, os que falam abobrinha, os que levam a bíblia debaixo do braço, os que têm som de funk ao fundo. Na última vez, até apareceu um candidato a deputado estadual dizendo o absurdo:

“Estou aqui não é para ajudar ninguém. É para ajudar a mim mesmo. Estou desempregado, precisando de dinheiro. Por isso, votem em mim!!!”

E a surpresa: Não é que o cara foi eleito???

Codinomes inacreditáveis: Ahhhh... esses dão pano pra manga. É cada coisa que aparece! A maioria deles precedido por “Zé”, “João” ou “Pastor”. Quando os filhos dos tais também se candidatam, seus nomes são iguais ao do pai, terminados em “inho”, que é pra todo mundo ter certeza. Mas tem uns legais, como o de um candidato a vereador da minha cidade, na última eleição, chamado “Uostom”. Deve ter sido uma tentativa de batizá-lo de “Washigton”...

Debate: São os melhores, porque eles adoram deixar um ao outro “de calça curta”, para o deleite do cansado eleitor. Além disso, nessa hora é que aparecem algumas verdades. Mas tem outras coisas interessantes, como o Bonner chamando a atenção do falante candidato que ultrapassou seu 1 minuto de tréplica, o que também é divertido. E quando o programa volta do intervalo e a gente pega os indivíduos discutindo fervorosamente, despercebidos de que o programa voltou ao ar? Ai, ai... eles debatem lá, e a gente se debate por aqui, hehe.

Devotos e homens santos em geral: Pessoas que se aproveitam da ingenuidade dessa gente fragilizada para serem eleitos, garantindo assim a sua vida de conforto, dinheiro no bolso e facilidades. Não se pode misturar política e religião, não da forma como é feito. Se o cara é honesto e bem intencionado, ele deve mostrar isso quando já estiver lá, exercendo o seu mandato dignamente. Nessa hora é que ele deve mostrar que é cristão, que é devoto a Deus. Não precisa dizer isso na sua campanha. Decerto Deus não endossa atitudes canalhas como essa. E, se todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, crença ou raça, porquê ainda é permitido esse tipo de influenciação sórdida e desonesta? Simples... Porque é um recurso fácil e lucrativo.


Enfim, poderia listar aqui uma infinidade de coisinhas que se repetem a cada eleição. Mas chega, né? Cansei.
|

Tuesday, August 01, 2006

Sem Palavras

Há momentos
Em que elas fogem como vento
Simplesmente passam,
sem deixar
Qualquer rastro no caminho
Pelo qual possa me guiar

Elas vêm e vão, brincando comigo
Trazem imagens e sons
E memórias e sonhos
Que levam de volta consigo
Leves, levadas, livres
Não se deixam agarrar...
Fugindo logo em seguida
Ocultam em si uma parte
Da minha vida

Não que faltem motivos
Pensamentos, poesia ou papel
Elas sim, essas atrevidas
É que tornaram meu vocabulário
Pequeno demais...
Não me sobra fala ou escrita
Capaz de revelar claramente
As idéias, segredos
Vontades, desejos
Saudades e anseios
Que passeiam por minha mente

Hoje o vôo é só delas
Que brincam de se esconder
Vieram faceiras e belas
E mais uma vez se foram...
Sem nada dizer.


Sei lá,
Têm horas que me faltam palavras.
|